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quarta-feira, 14 de julho de 2010

TROPA DE ELITE: o melhor filme brasileiro de todos os tempos.


Um belo dia, em 2007 ou começo de 2008, não me lembro bem, meu irmão me apresentou um CD pirata de um filme nacional. "Deve ser uma bosta!", pensei. Grande engano. "Nunca antes na história deste país " produziu-se um filme de qualidade tão elevada! Foi o que eu pensei após terminar de assistir. Eu estava em transe. Estático.

Grande parte da audiência do filme se deu através da proliferação de CDs piratas. Mais de 11 milhões de pessoas assistiram sem necessidade de frequentar uma sala de Cinema, onde posteriormente faturou mais de 20 milhões de reais.

Parte da imprensa classificou o filme como hollywoodiano. Eu sempre dizia um tanto pleonasticamente e sem o lulismo epidêmico que se um filme brasileiro é produção nacional não poderia ser bom. Bobagem!- tantos filmes brasileiros bons por aí...como exemplos de filmes brasileiros de qualidade temos o "Central do Brasil" , o "Cidade de Deus", o "Central do Brasil" , o "Cidade de Deus", temos também aquele filme do Sales chamado "Central do Brasil" e o do Meirelles que se eu não me engano se chama "Cidade de Deus". Ah! Já ia me esquecendo, não poderiam faltar à lista: "Central do Brasil" e "Cidade de Deus". A Folha de São Paulo tem até certa razão , afinal de contas , o filme é tão bom mas tão bom que não parece nacional.
O cinema nacional se sustenta em nomes como Matheus Nachtergaele, Selton Mello ,Dira Paes e outros poucos nomes(que justiça seja feita, são ótimos atores) , entretanto, os filmes são geralmente repletos de erros e incoerências quando não muito raramente tencionam "poetizar" as coisas e dar um "novo sentido à vida". Não que eu seja um expert em Cinema, muito menos em Cinema Nacional...longe disso.Mas acontece que , assim como qualquer um pode saber a diferença entre um hot dog e um Big Mac, qualquer um também pode sentir a diferença entre os filmes citados e qualquer um outro produzido no Brasil. Antigamente eu gostava dos filmes brasileiros que passavam de madrugada na extinta TV Manchete. Essa época coincide precisamente com a fase que eu roubava revistas de lingerie DeMillus que a minha mãe possuía.

O que o filme tem de tão extraordinário? Bom...será que é o fato de o Wagner Moura está tão bem , mas tão bem que parece carioca e não baiano? "Cadê o sotaque que estava aqui? O gato comeu." É o fato de o André Ramiro se transformar comportamentalmente do começo para o fim do filme? São os funks ambientados e o modo de viver exposto pelos figurantes?É o fato de o Milhem Cortaz representar perfeitamente o policial corrupto com pitadas de consciência moral? É o linguajar característico pouco se lixando se o público estará familiarizado com as gírias cariocas ou com o palavreado militar? O sucesso é inexplicavelmente derivado disso tudo e de muito mais. A gente se vê na personagem do comerciante explorado, da prostituta cafetinada, do cidadão extorquido, do usuário agredido , do estudante voluntarioso.
Mark Twain , o grande escritor norte americano dissera certa vez que estava mais preocupado em contar histórias que instruir as massas. E é isso que o graaaaaaaaaande José Padilha faz: conta uma grande história sem ficar fazendo juízo de valor.

Os vigilantes do politicamente correto vão chiar...mas danem-se! Filme brasileiro que não tem retirantes,êxodo rural, violência urbana , drogas , sexo ou tudo isto junto está fadado ao insucesso.
É isto...falei e está falado.

Mais tarde, num próximo post, vou dar uma de cara do "papo cabeça" e relacionar o sucesso do filme aos escritos de um grande filósofo alemão.
Enquanto isso...espero ansiosamente o "Tropa de Elite" número 2 e batizo José Padilha com o título honorário de Grande Mark Twain do cinema brasileiro.
J.T.

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