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segunda-feira, 30 de maio de 2011

Outro olhar sobre o Livro de Português aprovado pelo MEC

      

O probrema do livro isculido ou aprovado pelu MEC é um dos tema mais comentado nas ultima semana. Dis os espesialista que o qui importa é sê intendido. Tem gente qui diz que falar errado nao é uma preda no caminho nem istrumento di tropesso. Tem pessoa que fala que o lenga-lenga e a pirrassa com o "erro" do livro uzado nu EJA é coiza de tucano para sacanear u Adadi que era ministro du Lula e que tá com a Dilma.O tal do Marcos Bagno fala em preconseito lingüístico.Num sei si eu seria contratadu numa intrevista di imprego se eu escrevinhasse desse geito. Pode ser o preconseito qui falei ou apenas dispreparo di minha parte..A gente vamo discuti, discuti...e num vamo chegar au entendimento.Pelo meno a gente si depara com alguns escritor ou alguns gramático que inventa di falá sob o asunto para mostrar o tanto que o domínio da lingua é importanti..
       O texto a siguir me parece-me rasoáveu.
       Boa leitura.


ANALFABETISMO FUNCIONAL
José Miguel Wisnik *

Não resisto a voltar à discussão sobre o livro de Heloísa Ramos, "Para uma vida melhor", oficializado pela chancela do MEC. Falei dele e da polêmica que ele despertou, na semana passada, mas os efeitos sintomáticos que o livro desencadeou ainda ficam ressoando demais. Talvez porque eu tenha sabido da notícia, revoltante em sua miudeza obscurantista, de que o deputado Átila Nunes, do PSL do Rio, apresentou projeto de lei para que se proíba a distribuição do livro nas escolas do estado. Suponho que esse Átila não vai conseguir esterilizar os caminhos por onde passa, como o rei dos hunos que lhe dá nome, mas a sua proposta é cheia de sinais reveladores. O artigo de José Sarney na "Folha de S. Paulo", invocando Fernando Pessoa em nome da unidade linguística da pátria, também não me fez bem.

O que dá às reações o seu caráter de sintoma de alguma outra coisa é a desproporção entre o que se lê em "Para uma vida melhor", dentro do seu contexto próprio, e as afirmações de que ele convida perigosamente ao abandono da concordância gramatical em nome de uma permissiva e perversa norma inculta a ser adotada generalizadamente. Como eu já disse aqui, o capítulo expõe com elegância procedimentos para se escrever com limpidez, justificando-os pela necessidade de fazê-lo em certos contextos. Extrai esses princípios de coesão, clareza e propriedade das necessidades do próprio texto que se escreve, balizados pela norma culta, sem tomá-la como a verdade universal que ela não é. Faz isso tão bem que acaba demonstrando na prática, em bom português, que a escrita segundo padrões decantados pela tradição, em seu estado atual e vivo, não deveria ter vergonha de se apresentar aos estudantes e professores como um instrumento modelar a ser adotado como tal. Afinal, há de ser por algum motivo forte, maior do que aqueles que ele mesmo apresenta, que o livro pratica o padrão linguístico que ele relativiza.

Este é o meu reparo filosófico e pedagógico, a meu ver de grandes consequências, a ser considerado pela autora e pelo MEC: aceitar-se a multiplicidade das falas como um substrato cultural democrático, sem preconceitos, sim, mas afirmar também a ampla validade, não meramente circunstancial, dos padrões decantados pela língua escrita como um repertório a ser atingido, praticado e renovado, pelo seu longo alcance.

Tudo isso que acabo de dizer faz parte de uma conversa esclarecida, sobre um trabalho pedagógico honesto, que teve o mérito, mesmo que não buscado, de tocar numa questão tabu. Já a extensão das reações escandalizadas adquire a dimensão do sintoma, a merecer uma psicanálise coletiva. Por que será que é tão insuportável que se admita com naturalidade as variantes linguísticas dos falares, e por que se teme com tanta ênfase que a menção desse fato nas escolas vá nos arrastar irremediavelmente para o pântano do caos linguístico?

Porque esse pântano patina sob os próprios pés de quem fala. Nesse sentido, o projeto de lei do deputado do PSL é um índice hilariante. O projeto pretende proibir "qualquer livro, didático, paradidático ou literário com conteúdo contrário à norma culta ou que viole de alguma forma o ensino correto da gramática de nosso idioma nacional". Querer que a literatura obedeça aos gramáticos oficiais, sob pena de retirada do mercado, só pode ser o delírio de quem tropeça na língua portuguesa a cada frase. É o que acontece no projeto de lei do deputado, que estende a sua justificativa a outros tipos de livro que "acabam fazendo apologia a questões criminais ou despertam precocemente o libido dos jovens, incentivando conceitos distorcidos da verdade social".

"Apologia a questões criminais"? O deputado não é forte em regência nem no apuro semântico dos termos. "O libido dos jovens"? Será que é isso mesmo que estou lendo? Se for, então esse Átila é um perigoso devastador da língua portuguesa.

O exemplo folclórico tem valor de sintoma, na sua caricatura. José Sarney, ao afirmar erradamente que se resolveu no Brasil "criminalizar quem fala corretamente", diz que "defender a língua é defender a pátria", acrescentando: "eis a origem da famosa frase de Fernando Pessoa: "A minha pátria é a língua portuguesa"". Mas Fernando Pessoa não está dizendo nessa frase do "Livro do desassossego", em tom sentencioso, que a língua está a serviço da defesa da pátria ("a língua portuguesa é a minha pátria"). Está invertendo esse raciocínio e dizendo que o seu compromisso de escritor é com a língua livre e criadora ("minha pátria é a língua portuguesa").

É o que se vê nos textos de Pessoa reunidos no livro "A língua portuguesa", onde começa dizendo abertamente que a palavra falada é democrática e segue os usos. "Se a maioria pronuncia mal uma palavra, temos que a pronunciar mal. Se a maioria usa de uma construção errada, da mesma construção teremos que usar." O maior poeta do século não está preconizando o erro, está constatando que a língua falada é um fenômeno de massa que segue suas próprias leis, independente de qualquer norma, e arrasta os falantes para os seus usos coletivos. Não muito diferente do livro distribuído pelo MEC. A palavra escrita, por outro lado, dizia Pessoa, impõe suas necessidades e tem as suas regras como lastro. O escritor está livre delas, porque faz com a língua o que quiser. O povo também está livre delas. O Estado, no entanto, através da escola, deve ensiná-las como algo que nos serve de baliza e adianto.

Não como uma prisão às regras. Para podermos estar mais livres delas.

* José Miguel Soares Wisnik é professor de Teoria Literária na USP.

FONTE: Jornal O Globo, de 28/05/2011

Bechara fala à Veja sobre Livro aprovado pelo MEC

Em entrevista a Veja, gramático Evanildo Bechara faz pesadas críticas aos que defendem o livro Por uma Vida Melhor

Postado pelo colega do Blog: http://vcartigosenoticias.blogspot.com/2011/05/em-entrevista-veja-gramatico-evanildo.html


Bechara  fala a Veja: Por uma Vida Melhor é um retrocesso Após ter publicado artigo semana passada, onde assumiu uma posição contrária ao  pregado pelo livro "Por uma Vida Melhor", a Veja trouxe em sua mais recente edição uma entrevista nas páginas amarelas com um dos gramáticos mais respeitados do país. Doutor em letras e membro da Academia Brasileira de Letras, Bechara  faz pesadas críticas aos apoiadores  da sociolinguísta,ou seja, aqueles  gramáticos e educadores que acham que é preconceito linguístico corrigir aluno. Essa visão  equivocada, segundo Bechara, põe em risco as chances de ascensão social  de milhões de crianças.  Após uma leitura minuciosa da entrevista de Bechara, o Blog  V&C  escolheu alguns tópicos para seu leitor refletir sobre o tema.


OPINIÃO DE  BECHARA SOBRE O LIVRO  POR UMA VIDA MELHOR:

O livro  Por uma Vida Melhor é um equívoco. Estão confundindo um problema  de ordem pedagógica com uma discussão sociolinguística que valoriza  o linguajar popular. Ninguém discorda que a expressão  popular tem validade como forma de comunicação, entretanto, ela não apresenta vocabulário nem  tampouco estatura gramatical que permitam desenvolver idéias de maior complexidade, tão essencial a uma sociedade que deseja evoluir. Por isso acho que não  cabe às escolas ensiná-las.

ALGUNS DE SEUS COLEGAS GRAMÁTICOS ACHAM QUE A NORMA CULTA É UM INSTRUMENTO DE DOMINAÇÃO DAS ELITES. O QUE O SENHOR ACHA DISSO?

Isso não passa de ortodoxia política. Um grupo de brasileiros tenta, em nome de uma doutrina, subverter a lógica e  desvalorizar o bom  Português

QUAL O PAPEL  DA LÍNGUA CULTA EM UM PAÍS COMO  O BRASIL?

Ela é um componente  essencial para a ascensão social. Qualquer pessoa,  dotada de mínima inteligência, sabe que  precisa aprender a norma culta para almejar melhores oportunidades. Privar brasileiros disso, é o mesmo que negar-lhes a chance de progredir na vida. Um gramático italiano falou uma coisa e eu concordo. Ao se fazer apologia  a expressão popular estão simplesmente segregando as classes sociais através da lingua. O ensino da norma culta é justamente o que ajuda a libertação dos menos favorecidos

COMO O DOMÍNO DA LÍNGUA CULTA PODE CONTRIBUIR PARA O FUTURO DO PAÍS?

Forjando cidadãos para preencher vagas que demandem alta qualificação, algo crucial para a economia. Ao questionar a necessidade do estudo da gramática em  escolas do país, línguistas como Marcos  Bagno e tantos outros, estão nivelando por baixo o ensino do português. Com isso, acabam  reduzindo as chances de milhões de brasileiros aprenderem a se expressar com correção e clareza. Para ocupar um bom lugar no mercado de trabalho é pré-requisito principal que as pessoas não saiam por ai dizendo NÓS PEGA O PEIXE, versão ensinada no livro distribuído pelo MEC.

 A ADOÇÃO  DE PALAVRAS ESTRANGEIRAS NO BRASIL É EXAGERADA?

Sou a favor de combater os estrangeirismos. Não  faz sentido nenhum dizermos delivery no lugar de entrega ou  Coffee-break  no lugar de intervalo.

A INTERNET ESTÁ EMPOBRECENDO A LINGUAGEM CULTA?

Não vejo  a coisa dessa maneira. Se uma criança for bem instruída na língua culta na escola, ela vai saber utilizá-la quando necessário fora do ambiente da rede. Na internet, de fato, pratica-se uma linguagem peculiar usando símbolos e abreviações no lugar de palavras. Pra mim o perigo da internet é outro e se relaciona com o tempo. As crianças estão passando muito  tempo na frente do computador quando poderiam estar usando parte dele debruçados sobre livros e aprimorando assim o bom português.

Dica Gastronômica: Uma noite no "Au Fondue"

        Era Domingo, 29 de maio.20h.
       Cheguei sem reserva. Fui muito bem atendido com minha namorada.Rodízio de Fondues (filet mignon , peito de frango, chocolate com frutas que são: manga, mamão, maçã, abacaxi, banana e morango ...vários molhos e ingredientes para acompanhar sendo o mais surpreendente a tal de cebola caramelizada que é nota 10  além de uma espécie de purê de batata assado) 2 cocas, 1 Schweppes,1 Del Vale, Total: R$ 109,00. Barato para Lago Sul. Ainda mais quando a gente pode comer como um estivador .(Sinceramente, é muitíssima comida e de ótima qualidade. Valeu a pena mas...
Os pontos negativos são :
1-O ambiente é tão escuro que não dá para ler o cardápio.Poderia haver um pouquinho mais de luz que não atrapalharia as velas.
2- O cheiro de fritura e gordura às vezes chega a ser insuportável. Embora haja um aparelho de ar condicionado, não há nenhuma espécie de exaustor. Vc sai de lá literalmente "defumado".
Algumas mesas  têm a toalha de tecido sintético danificada por gordura quente ou pelo alcool usado como combustível para aquecer os recipientes.Vc chega num lugar de boa comida, garçons a caráter, gerente bacana,musiquinha suave... Pode parecer frescura, mas poxa, Lago Suuuuuul...aquele buracão na toalha passa uma imagem de desleixo, de Feira do Pedregal.
3- O lugar é pequeno e escondido.Há pouco espaço entre as mesas e todo mundo ouve a conversa do outro. O estacionamento também é pequeno.
       Vale  a pena. No Google Maps está ali:-15.840465, -47.883783 ou -15° 50' 25.67", -47° 53' 1.62".
Abraço a todos. JT