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terça-feira, 5 de abril de 2011

A questão das Cotas no Brasil -2-Negros Contra Cotas

NEGROS CONTRA COTAS
Grupo considera que sistema de ingresso em universidades divide país entre brancos e negros e que isto não é justo
Os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PC do B-SP), receberam no dia 29/06/06 manifesto assinado por 114 intelectuais, artistas e ativistas de movimentos negros contra a política de cotas para negros ingressarem nas universidades e o Estatuto da Igualdade Racial. O grupo considera que as duas medidas – em votação na Câmara – dividem o país entre brancos e negros e que esta não é a melhor forma para se resolver o problema da desigualdade racial. "Somente um serviço público de qualidade para todos pode mudar a realidade de exclusão que nós vivemos. Não é com cotas. Nós defendemos a igualdade de todos os brasileiros", justificou José Carlos Miranda, do Comitê por um Movimento Negro Socialista. Yvonne Maggie, professora titular de Antropologia da UFRJ, considerou que os dois projetos em discussão no Congresso podem levar a sociedade a correr "um sério risco" de perder sua unidade nacional.
Para ela, as cotas são um "arremedo para aliviar as culpas de uns e outros e fazer com que o país seja dividido em brancos e negros". O presidente da Câmara sinalizou que é contrário à política de cotas. Para Aldo Rebelo, o Brasil não deve importar de outros países modelo de combate à desigualdade racial. As cotas são usadas nos Estados Unidos. O presidente do Senado tem pensamento contrário. "Eu sou a favor de que tenhamos uma política pública para a reparação de qualquer tipo de preconceito. É inconcebível que no século 21 ainda tenhamos que conviver com essa segregação. Qual é o caminho para resolver isso? Temos que discutir mais, abrir esse leque e ouvir todos os segmentos da sociedade", afirmou Renan. O senador Paulo Paim (PT-RS), autor do projeto que criou o Estatuto da Igualdade Racial, criticou os signatários da Carta Pública ao Congresso Nacional. O documento foi entregue, no dia 29/06/06, aos presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).
Segundo Paim, sempre que projetos como o estatuto e a política de cotas para negros e indígenas estão prontos para serem votados, "setores conservadores se mobilizam e usam alguns laranjas para inviabilizá-los". O senador ressaltou que o estatuto foi discutido por dez anos pela sociedade e aprovado por unanimidade pelo Senado. A matéria está na Câmara dos Deputados à espera de votação. "Estas pessoas querem que tudo continue como está. Os negros morando nas favelas", afirmou, a respeito dos autores do manifesto. Ao todo, 114 pessoas assinam a carta, entre artistas, acadêmicos, cientistas políticos, dirigentes sindicais e de movimentos negros.
(Folhapress e Agêncoa Brasil)
Fonte: www.unicamp.br

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